Então, o poeta pergunta: "O que é o amor?"
Mas, se o amor só existe porque existe o poeta!
O poeta está para o amor, assim como o amor está para a poesia e a poesia para a essência do viver.
Então, o poeta pergunta:
"Se é que ele existe,
o que é o amor?"
- Oras, poeta, se eu pudesse te responder não me valeria de palavras.
As palavras se dissolvem como o sólido, no ar.
As palavras tem o dom da dubiedade,
tanto podem esclarecer como enganar.
As palavras nem sempre expressam sentimentos,
às vezes se sente uma coisa,
se pensa outra,
e se fala ainda outra.
Te responderia com o meu corpo,
porque o amor só sobrevive na dialética dos corpos;
Te responderia dando espaço em minha vida,
porque o amor só se constrói ou se destrói na dialética da convivência diária;
Te responderia com os meus olhos,
porque neles está a minha essência de vida;
Te responderia com meus pensamentos,
pois são neles que o poeta vive a versar.
Mas, como entre nós só existe a distância, poeta,
Só estas palavras poderei te dar.